domingo, 18 de outubro de 2009

Contra a Privatização da Água

ÁGUAS QUE MOVEM MOINHOS

> Nossa proposta é: nem SABESP nem concessão para empresa terceirizada. Com uma parte dos R$ 7,9 milhões da CESP, reformar o sistema de saneamento básico. Ponto. O resto é mero pretexto para triplicar o preço final do serviço. Como se fosse legítimo os moradores arcarem com o rombo no departamento de Obras e Serviço Público, dirigido pelo sr. Lincoln Silva. É ele quem deve responder aos cidadãos, junto com o sr. Edimilson (Fom) Pereira e o sr. Jocelim Pinhanelly. A propósito, jogar a culpa naqueles que não conseguem pagar a água em dia é tão desastroso quanto o gerenciamento da água em Castilho. Afinal, se os inadimplentes fossem punidos, haveria alguma alteração na qualidade do atendimento?
Falta, evidentemente, planejamento, competência, republicanismo, dar seus pulos, ter boa disposição para com o bolso, a saúde e o patrimônio da municipalidade. Coragem teve o técnico da César Zoli Engenharia e Consultoria, de assumir a função de escudo do Executivo durante a audiência do dia 29 de setembro. Para essa coragem e coleguismo, posto que anda ao lado de Antônio Ribeiro desde antes da campanha, bons motivos deve haver. Quanto será que recebeu essa Con$ultoria? Infelizmente, não sabemos. Cogitamos que tenha sido mais, bem mais, do que ganham, por meses de trabalho árduo, os funcionários do departamento de Obras, que, por causa da sua lida diária, já sabiam da situação precarizada da rede de saneamento, em termos físicos e humanos. Enfim, cabe observar que os cidadãos presentes na audiência, de boa vontade, acharam a solução... de graça. E de maneira associativa.
Se hoje já falta água nos acampamentos e assentamentos, para beber e para irrigar, imaginem a que estaríamos submetidos, se a população não tivesse se pronunciado contra as propostas da Con$ultoria... à sede e à seca. Ou: ao brutal arrocho do orçamento doméstico. Ou: ao endividamento do Fundo Social, sendo o desabastecimento caso de intervenção das “autoridades competentes”, previsto em lei internacional. Vide Portugal e Bolívia. Pela simples razão de que ninguém pode nos obrigar a pagar duas vezes (uma vez no imposto, outra vez no usofruto) pelos serviços públicos de água, saúde, educação etc. Os trabalhadores não vão pagar a conta dessa crise!

BADERNEIROS E TERRORISTAS

Sucatear para, depois, privatizar. Assim aconteceu com o sistema de saúde; com a telefonia; com a energia elétrica; com a previdência; com as ferrovias e as estradas. É a receita tucana, do PSDB, importada dos Estados Unidos de Nixon (1971). Se alguém ainda desconhecia a origem e os métodos do neoliberalismo, aí estão... e o PTB nessa!
A iniciativa de apresentar os resultados da Con$ultoria em audiência pública foi boa. Certamente louvável, não tivesse ela sido motivada pela intenção de bastidor de manipular a opinião pública. Assim: botar medo na população de uma inevitável e próxima pane no abastecimento. A treva! A água está contaminada e vai escassear; as caixas d`água estão impróprias, os canos são do tempo do Onça. Tudo isso é verdade. Um crime contra a saúde pública. Mas, a única alternativa, seria um choque de lógica comercial? Claro. Quem usa plano de saúde, transporte, telefone e energia privatizados, quem paga pedágio – não conseguiria disfarçar. Sente na pele. Quem esteve na audiência, ou consultou a Internet, conferiu: em vez de tratar o acesso à água e ao esgoto como um direito, para a Con$ultoria, trata-se de uma mercadoria de varejo, (muito) necessária. Em vez de tratar os castilhenses como cidadãos, fala-se de “foco no cliente”. Não restam dúvidas: desta vez, antes de a água bater na bunda, nós aprendemos a nadar. – Parabéns, povo de Castilho!